quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Visita a ETE Alegria


No dia 26/01/2011 as integrantes do Projeto MedYo, Juliana Cantini, Juliana Loss e Patricia visitaram a Estação de Tratamento de Esgoto da Alegria, da CEDAE, a mais nova Estação de Tratamento de Esgotos  inaugurada pela CEDAE, e que possui as maiores tecnologias no tratamento do esgoto e na utilização dos resíduos. É a maior Estação de Tratamento de Esgoto do Estado do Rio e no Brasil fica atrás apenas de 2 Estações. A Estação faz tratamento de esgoto secundário, ou seja, o esgoto sai da Estação livre de 95% das impurezas que chegou, o que não a faz ser uma água potável. Tem a capacidade de tratar 5 m³ de esgoto por segundo, gerando 100 toneladas de lodo por dia e atende atualmente 1 milhão e meio de pessoas no Município do Rio de Janeiro, sendo esta a metade de sua capacidade, faltando apenas algumas obras para a ligação de tubos de transmissão para que a Estação passe a atender em sua total capacidade, abrangendo vários bairros do município do Rio de Janeiro. Além do recolhimento de esgoto as empresas que realizam limpezas de fossas, pois são obrigadas por lei despejarem seu produto em uma Estação de Tratamento e portanto, também despejam resíduos na Estação e ao chegarmos em Alegria, foi o que vimos, uma fila de caminhões de empresas de limpeza de fossas e caixa de gordura.
Fomos recebidas muito gentilmente por José Maria – Assessor de Gestão Ambiental, João Vieira-Palestrante e Luiz Carlos, no auditório da Estação, onde durante o período letivo eles ministram palestras, sobre a Estação, para estudantes de diversas instituições e faixas etárias. Segundo José Maria eles dão preferência para estudantes do nível superior que se interessam por projetos ligados ao meio ambiente e assim, incentivam a criação de novos projetos, como o MedYo. 

Após uma palestra sobre a Estação, onde tiramos várias dúvidas sobre o tratamento de esgoto de todo o Estado e despoluição da Baía de Guanabara soubemos que nem 10% do esgoto brasileiro é tratado, e que a CEDAE não é responsável pelo tratamento de esgoto de todo o Estado, pois depende da prefeitura de cada município fazer um contrato com a empresa para que isto ocorra, e após, fizemos uma visitação as instalações da Estação.
A primeira parada foi no laboratório da Estação, onde técnicos são responsáveis por medir diversas vezes por dia, o nível de oxigênio e a quantidade de impurezas que permanecem na água após o tratamento. O nível de oxigênio é um dos principais meios para verificação da água, já que para tratar a água são usadas bactérias que no processo de tratamento consomem o oxigênio da água. Esse processo é natural, sendo que a CEDAE intensifica essas bactérias e na natureza, quanto mais esgoto tiver para as bactérias “consumirem”, maior será a quantidade de oxigênio usada, o que faz ter grande mortandade de peixes. Segundo o João Vieira a água tratada despejada na natureza da Estação Alegria é oxigenada e por isso ao invés de causar uma linha negativa na natureza, causa uma positiva, despejando mais oxigênio do que o necessário, e por isso é normal ter grande número de peixes no local de despejo da água. 


Após visitarmos o laboratório, vimos como o esgoto chega à Estação e a grade que tira os resíduos maiores, garantindo assim nenhum dano nas máquinas. Os funcionários encontram os mais diversos tipos de lixo, incluindo dinheiro por algumas vezes. De longe vimos as estações de tratamento primário e secundário, pois estavam em manutenção.


Outra instalação que visitamos foi a de tratamento do lodo que resulta do esgoto. Essa é a parte mais interessante para quem se interessa em meio ambiente, já que praticamente todo o resíduo resultante do tratamento do esgoto tem alguma finalidade. O lodo é capaz de gerar um biodiesel muito eficiente e com baixa poluição em sua queima, que é produzido em parceria com a UFF e a PUC  e despertou interesse de muitas empresas, o processo de queima garante que o lodo ficará com o menor número possível de água para quando for enviado ao aterro sanitário não ocupem mais espaço que o necessário e que essa agua não seja desperdiçada, podendo ainda esse lodo virar adubo.
O mudário foi o último ponto do nosso tour e também de grande relevância, já que além de um projeto de reflorestamento da mata atlântica é também um projeto social, onde presidiários em regime semi-aberto são os responsáveis pelo reflorestamento. Por este trabalho ganham meio salário mínimo por mês, sendo a outra metade depositada em uma poupança para quando eles saírem da detenção poderem reconstruir sua vida, ganham vale alimentação e vale transporte e ganham ainda um curso técnico de 1.000 horas na faculdade rural do RJ. As mudas são adubadas com um composto preparado com o lodo do esgoto, mas este não pode ser utilizado em árvores frutíferas, pois os frutos poderiam nos fazer mal.
Amamos o passeio, é muito legal conhecer o trabalho que a CEDAE vem realizando e como é o tratamento de esgoto que nós produzimos diariamente.Recomendamos que todos façam essa visita.
Para finalizar e ilustrar, como a água resultante do processo de tratamento é limpa, existe um aquário com peixes com esta água, no prédio principal da Estação onde fica localizado o auditório. Lindo!!





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